Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Ler, escrever, comer e beber


"Se um chardonnay tem gosto de pêssego, qual gosto o pêssego tem? De chardonnay?" A pergunta, embora pareça meramente retórica, me fez parar e ler o texto de Colin Bower sobre linguagem, verdade e vinho. Um primor. Nada mais contemporâneo do que a busca mundana por luxo e prazer – numa vida pautada pelo "aqui e agora", tudo que se quer é satisfação já, sem adiamentos ou promessas para o futuro.

A valorização da gastronomia e da enologia faz parte do pacote dos pequenos desejos, da procura pelo deleite nas pequenas coisas do cotidiano, como comer e beber.

Mas nada mais falso do que fazer disso uma tentativa de parecer superior, como se a humanidade estivesse dividida entre quem entende que um chadornnay tem gosto de pêssego e quem não desconfia do que a frase signifique. Escrever, seja sobre vinhos, seja sobre o que for, é uma tarefa que deve ter em mente ser compreendido por quem lê, defende o autor do primoroso artigo.

É claro que não precisamos entrar no mérito de todas as questões envolvidas entre emissor e recpetor - não é disso que trata o texto. É apenas o óbvio: se você quer se fazer compreender e elogiar um bom vinho, porque precisa fazer de conta que transpira sofisticação? Pura empulhação.

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