Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Laissez-faire com equilíbrio

Queria guardar na retina todas as paisagens, fins de tarde, pôr-do-sol. Queria gravar no fundo de minha mente o barulho do mar da Praia Vermelha com o Pão de Açúcar de moldura. Mais. Queria inscrever na alma essa sensação de tranqüilidade, sossego, paz de estar no Bip Bip e horas depois no Bola Preta. Queria guardar no espírito a falta de pressa, a libertação da agenda, dos horários, de almoçar sem hora pra terminar na Lapa, no Cosmopolita e esticar depois noutro bloco em Botafogo, passando antes no Carioca da Gema. Queria lembrar de fazer uma coisa só por dia, ou várias a cada dia, e, mesmo assim, me dar por satisfeita. Queria sempre caminhar alegre pelas ruas do Rio de Janeiro como fiz às 5 horas da matina sambando e cantando em plena Mem de Sá, da Lapa até a Pça da Cruz Vermelha. Queria que os feriados não acabassem nunca no meu calendário e que, durante todo o ano, eu seguisse embalada pelo vento leste que sopra nessa cidade sem parar, pela temperatura amena que a vida também pode ter, pelas conversas sem hora para terminar, pelo samba que ecoa aos quatro ventos, pelo laissez-faire com equilíbrio, que não chega a ser displicência, mas permite escapar do estresse. O melhor dia do carnaval é quando você não tem mais ansiedade nem de se divertir. As necessidades que pautam o dia-a-dia acabam e a vida volta a ser como deve: básica. A combinação entre quatro saias, cinco camisetas e duas sandálias é infinita. Ir à praia passa a ser uma questão irrelevante, porque tudo que está em volta é suficiente para divertir. Cheguei ao máximo da displicência no dia em que não sabia em que rua estava estacionando meu carro…

Agora que acabou volto ao trabalho com fôlego renovado, mas disposta a não esquecer do que aprendi neste carnaval. Nem sei bem o que foi, mas alguma coisa está fora da ordem e isso é ótimo.


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