No ângulo noroeste do meu quarto, na diagonal da minha cama, há uma câmera de
vigilância da marca Panasonic. É negra e persistente como o arrependimento,
sigilosa e intrometida como uma sogra que suspeita de algo, tosca como uma
elefanta. (Hoje, queridos amigos, estou para metáforas). Esta câmera de vídeo
está plantada com três pés no marco da porta e serve, em tese, para que as
enfermeiras, ou os plantonistas, saibam sempre, a cada minuto, o que estou
fazendo quando não podem me ver com os próprios olhos.
O autor desse pequeno trecho é Xavi L., catalão, 32 anos, há 13 está internado num hospital psiquiátrico. Seu médico sugeriu que ele criasse um blog como parte da terapia. O resultado está publicado em Eu e meu garrote e hospedado no site do diário espanhol El país.
Por aqui, temos a arte do Bispo do Rosário a provar a genialidade dos que são considerados malucos. De minha parte, como acho que o limite entre a lucidez e a loucura é tênue demais, adorei o blog espanhol.
Um comentário:
Raquel, gostei bastante...
A loucura pode ser saudável como diz o texto!
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