Sabe aquele seu amigo que fuma mas não compra cigarro? Ele sempre diz isso brincando e dá um jeito de filar um, dois, três cigarros do maço que você acabou de comprar. Se isso é um exemplo obsoleto – todo mundo que conheço parou de fumar –, pense naquela pessoa que não dirige, detesta carro, mas sempre precisa de uma “carona”.
O conceito de carona supõe que a pessoa será buscada ou deixada no trajeto natural de quem está dirigindo. Tem gente que te faz de motorista e ainda faz questão de ignorar as agruras de quem está ao volante: onde estacionar o carro, por exemplo, é uma coisa com a qual quem não dirige nunca se preocupa, mas é fundamental para quem precisa parar e pagar por isso. (Em contrapartida, tenho imenso prazer em buscar em casa minha melhor amiga que não dirige. Faço e não abro mão, mas não tenho nenhuma sensação de exploração no gesto. É pura demonstração de atençaõ, o que é bem diferente)
O meu problema é com o típico sanguessuga: aquele que, quando você percebe, está trabalhando a serviço dele. Tem aquele cara que perde tudo. O arquivo importante, o número do telefone, tudo ele esquece ou não sabe onde deixou. E aí, você que é obsessivo e organizado, dança: tem sempre alguém pedindo uma forcinha: “Você pode me mandar ?” ou “Você sabe onde está…?”.
Sabe aquele “amigo” que só te liga quando está mal? Triste? Precisando de trabalho? Não dá um telefonema desinteressado? Cortei do caderninho.
No ano que terminou decidi fazer uma CPI dos sanguessugas na minha agenda. Larguei de mão gente assim e não me fez a menor falta. Em troca, começo 2007 com mais tempo e disponibilidade para viver melhor, sem carregar pesos que não são meus.
Cada um que carregue a sua bagagem pela vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário