Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



sexta-feira, 20 de abril de 2007

ESTAR EM PAZ



Estamos vivendo um momento muito grave dos processos humanos, onde temos a impressão de que o mundo está de ponta-cabeça e as relações humanas cada vez mais precárias.
Vê-se ganhar corpo uma generalizada insegurança, em todos os sentidos e níveis.
Guardamos uma espécie de sensação de que não mais se vive e sim, sobrevive.
Sobrevive-se, a cada dia, na expectativa de se envelhecer, de se ter saúde, de se feliz, de estar em paz.
Paz! Certamente cada um de nós vai ter um conceito muito específico, de acordo com o que nos falta neste exato momento, em que nos perguntamos o que é ter paz.
Será possível se guardar um pouco de paz, frente a tantas turbulências e medos? A desesperança nos asfixia as aspirações, fornecendo-nos uma falta de perspectiva devastadora.
O Prof. José Manuel Moran, autor do livro "Mudanças na comunicação pessoal" assevera, com grande lucidez, que ... "evoluímos mais se normalmente conseguimos sentir-nos em paz, independentemente das circunstâncias concretas que vamos enfrentando, se os problemas que aparecem não tiram a tranqüilidade de fundo, mesmo que nos afetem momentaneamente. Paz não é sinônimo de acomodação ou indiferença. Paz é o resultante de uma síntese equilibrada de vida, de estar bem consigo mesmo e com os outros, de encarar de forma aberta a vida".
A proposta de se estar em paz, mesmo diante do aparente caos em que se encontra o mundo, é buscar em nós próprios estes caminhos, aceitando-os de verdade como somos, encontrando o nosso eixo, nosso ponto de equilíbrio, de integração. Se estamos em paz com os que convivem conosco, aceitando-os como são, interagindo com eles da melhor forma possível, sem agressividade e ressentimentos. Se estamos em paz com o nosso ambiente, com a paisagem urbana e a rural, com as plantas e os animais, com o universo como um todo, seguramente estaremos sentindo a grandeza do encontro com esta emoção, com este sentimento em que todos queremos sentir: a verdadeira paz.
Precisamos entender que este auto-aceitar-se, que deve ser o ponto de partida para a grande viagem em busca da paz significa dizer uma "aceitação de tudo o que fizemos até agora, aceitar o nosso passado, a nossa trajetória, os caminhos percorridos, com todas as suas implicações, aceitar o que nos ajudou e o que nos complicou, o que consideramos acertos e erros, aceitando-nos como pessoas no seu conjunto."
Conclui, de maneira primorosa, o Prof. Moran, ao afirmar que "evoluímos mais na busca da paz quando conseguimos integrar o passado e o presente, o individual e o grupal, o material e o espiritual, o trabalho e o lazer, o presencial e o virtual, o tradicional e o inovador, o que está organizado e o que está desestruturado. Evoluímos mais quando integramos nosso "eu" dividido; quando aceitamos nossas contradições, nossos diversos papéis, expectativas e realizações, nossas qualidades e defeitos".

Paz será sempre sinônimo em aceitar-se e aceitar.

----José Medrado

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