Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Pessoa mágica?



Ontem mesmo falei uma coisa que ninguém entendeu. Ninguém. E era assim, como se pode dizer, uma coisa boa. Não que eu seja um gênio ou melhor do que os outros. Mas eu tenho coisas boas que se perdem por aí única e exclusivamente porque falta nesse mundo, ao menos no meu, a pessoa mágica.


Já nem faço mais tanta questão que seja o pai dos meus filhos. Comecei a apelar. Pode ser um amigo, uma amiga, um cachorro, um sapo. Qualquer ser que entenda minhas coisas boas e que me dê aquele olhar de “é, aquele cara é realmente bizarro” ou “é, eu sei de que cena do filme você está falando” ou ainda “sei bem que dor é essa, tipo uma angústia numa parte do peito que nem existe, sei bem”.

A pessoa mágica já chegou a mim de algumas maneiras. Mas se perdeu completamente, provando que mágica é tudo mentira mesmo. Porque eu não faço questão de muita coisa nessa vida. Já aceitei o trânsito, já aceitei minha bunda não ser igual à da Juliana Paes, já aceitei o mala não me querer nem com todos os meus personagens juntos tentando alegrar seu mundo. Já aceitei tudo. Menos viver sem a pessoa mágica.

Mas estou falando da pessoa verdadeiramente mágica. Aquela que não enfia a varinha no meu peito depois e diz “hey, deixei seu mundo menos idiota por um tempo, mas a verdade é que sou falso, medíocre e adoro te ver na sua lama existencial”.

Não é pedir muito. Um ser. Apenas um. Pode ser até uma coisa pior do que sapo e cachorro: pode ser um amigo da internet. Pode ser nerd. Feio. Mal vestido. Não, pensando bem não pode não. A pessoa mágica tem que se vestir bem, cheirar bem, viver bem ou ao menos buscar isso (porque looser fazendo ironia inteligente não é autêntico, o cara foi ver sitcom na casa do primo melhor de vida e decorou as falas. Péssimo.) e ser real. Pensando bem a pessoa a pessoa mágica tem que ser muito, muito incrível. Onde é que estão as pessoas muito incríveis?

Até tem. Eu até tenho alguns amigos e conhecidos um pouco mágicos. Eu tenho um que é a melhor pessoa do mundo para conversar de livros e filmes. Tenho uma outra perfeita para falar de relacionamentos e fazer ironias contra pessoas chatas e bregas. Tenho um que é perfeito para falar das dores da alma do lugar no peito que nem existe. Tenho a pessoa mágica para me dar prazer. Tenho a pessoa mágica para me lembrar quem eu sou na essência.

Talvez não exista a pessoa 100% mágica. Justamente para a gente poder ter várias pessoas, justamente para a gente ver um pouco de magia em tudo.

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