Chegou e sentou-se. Não sabia muito bem o porquê de estar ali. Se calhar sabia, apenas não o queria admitir. Pediu o menu, simplesmente para ter algo com que entreter as mãos, pois o pensamento não estava interessado na inúmera lista de deliciosas iguarias. Folheou-o com toda a calma do mundo, sem o ler. Sabia exatamente o que iria pedir quando o garçom voltasse. O do costume. Era uma pessoa de hábitos regulares e tudo o que fugisse à norma, qualquer regra quebrada era sinônimo de desconforto.
E era precisamente esse desconforto que lhe ocupava o pensamento. Não sabia se tinha agido mal ou bem. Não conseguia medir o tamanho das conseqüências da sua atitude. As idéias chegavam-lhe como cartas de um baralho totalmente desordenado, atiradas para cima de uma mesa, no entanto não se sentia com capacidade de as ordenar.
Começou a habituar-se ao caos. Estava a saber-lhe bem. Olhou novamente o menu e pediu algo novo. Diferente. Como dali em diante.
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