Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



terça-feira, 8 de maio de 2007

Antropofágico é o amor!



"Se me queres comer, come-me de uma vez. Não te fiques pela metade.
Sem metade eu não sou nem tão pouco me dou. Não me transformes em restos.
Come-me com vontade, assim a frio, mesmo que eu não saiba se choro ou se rio.
Espeta-me as tuas garras e devora-me sem piedade, não temas pela saudade...
...estarei dentro de ti.
Rói o mais duro de mim e saboreia as minhas fraquezas, engole alegrias, fracassos e tristezas.
Bebe-me o sangue, o olhar, o pensamento, o riso, o juizo, o ser, o estar, o querer amar.
Rasga a minha pele com teus dentes, mesmo que o sal não seja a gosto.
Come-me o desgosto que é querer e não ter a quem me dar, agora que me tens e me dou ao teu paladar.
Trinca-me as mãos que escrevem coisas que eu não percebo e que recebo do além vindas de não sei quem.

Se me queres comer, come-me depressa, antes que o arrependimento chegue, fale e aconteça.
Come-me."

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