Sim, daquelas. Enormes. Das que não nos oferecem no Natal, mas sim das que vimos numa mercearia, desejamos ter como nossa e levamos para casa embrulhada num lindo papel.
Chegados a casa, com a caixa bem fechada, questionamo-nos sobre a mestria daquele embrulho: não se vê onde está colado, como onde começa ou como termina. Rasgar o papel determina a profanação, a invasão de um espaço sagrado, mas se não o fizermos como poderemos saborear o que lá está dentro?É necessária determinação. Vontade. Obstinação, até.
Mil voltas entre as mãos para escolher o lugar certo a cravar as unhas. Existe lugar certo? É aquele. Aqueloutro também poderia ser, mas escolho aquele bocadinho de papel que olha para mim e me diz "Aqui. Estou aqui!"
Segunda questão: com força ou delicadamente? Sigo a segunda opção, afinal, a violência não é natural.
Desembrulho a caixa de chocolates, devagarinho, com calma e encontro lá dentro um mundo de emoções por descobrir. Pequenos embrulhos de papel metalizado escondem dentro de si prazeres e amarguras.
Como sei disto?
Sei. É senso comum.
A mestria reside em provar um chocolate de cada vez, saboreá-lo e decidir o próximo passo. Independentemente do sabor. Não prová-lo é desistir de saber o que vem a seguir...
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