Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



terça-feira, 4 de março de 2008

Divagações de Raquel

Sabias que a vida é como uma caixa de chocolates?

Sim, daquelas. Enormes. Das que não nos oferecem no Natal, mas sim das que vimos numa mercearia, desejamos ter como nossa e levamos para casa embrulhada num lindo papel.

Chegados a casa, com a caixa bem fechada, questionamo-nos sobre a mestria daquele embrulho: não se vê onde está colado, como onde começa ou como termina. Rasgar o papel determina a profanação, a invasão de um espaço sagrado, mas se não o fizermos como poderemos saborear o que lá está dentro?É necessária determinação. Vontade. Obstinação, até.

Mil voltas entre as mãos para escolher o lugar certo a cravar as unhas. Existe lugar certo? É aquele. Aqueloutro também poderia ser, mas escolho aquele bocadinho de papel que olha para mim e me diz "Aqui. Estou aqui!"

Segunda questão: com força ou delicadamente? Sigo a segunda opção, afinal, a violência não é natural.

Desembrulho a caixa de chocolates, devagarinho, com calma e encontro lá dentro um mundo de emoções por descobrir. Pequenos embrulhos de papel metalizado escondem dentro de si prazeres e amarguras.

Como sei disto?

Sei. É senso comum.

A mestria reside em provar um chocolate de cada vez, saboreá-lo e decidir o próximo passo. Independentemente do sabor. Não prová-lo é desistir de saber o que vem a seguir...

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