Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



terça-feira, 22 de abril de 2008

Zigolino Zigg:

"Quando saio, é pra construir a diferença. Ser o distinto de teu tu, Como a água que lava e suja, desengana e enrruga feito o tempo. Pra tudo é preciso água e momento. Quando saio é pra ser pedreiro, tijolo por tijolo, pensamento por inteiro. A vida é curta, mas a memória já não é. Nenhum vento vem a pé e leva sem medo, minha trajetória.
Faz tempo que aceitei a condição: sou o que sou, vivo extinguindo aos poucos; minhas falhas, erros e escolhas estão presas ao meu casaco de guerras e histórias. Já não me basta um mero, não. Sou negro, brasileiro, latino-americano, sou estrangeiro neste mundo desumano, já não posso negar. Sou negro e já não posso, nega. Já não posso... Deixar de ser inteiro luta. Deixar de ser nação e conduta . Deixar de ser raça, fragilidade animal e força bruta.

Pois, quando saio, meu irmão, é pra ser dessemelhante de ti. Ser teu distinto, tua
diferença, tua distancia, ou quem sabe, teu destino. Afinal, não haveria necessidade de dizer, nem viver, se tudo fosse igual".

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