Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Rach by a proverb

"Better to be known as a sinner than a hypocrite."

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sarah Vaughan (with Clifford Brown) / September Song



Oh, its a long, long while
from May to December,
But the days grow short
when you reach September.


Because I can't live without Jazz and wine...
---- Rach

Love you more - The Streets



Boa e nova música!!

Lancamento Britânico dia 28/09!!!

I hope you enjoy it!

Rach

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Declaração de amor


Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Ás vezes se assusta com o imprevisto de uma frase. Eu gosto de manejá-la - como gostaria de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escreve-nos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertence r, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

Clarice Lispector

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Santo Guimarães Rosa



“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. [...] é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!”


-Guimarães Rosa-

Me by Lispector

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.

Clarice Lispector

Saudade

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Outro. Mais um... ano.

O tempo passa assim, tão veloz e tão devagar...
E chega outro ano. Apenas outro. Mais um.

O que sinto? Não sei... tranquilidade misturada num doce embalar de alma. Como se já não fosse preciso correr. Como se sentisse que ao caminhar devagar, posso ser feliz da mesma maneira. Momentos em que apetece só um amor sossegado, outros em que só apetece "play. fechar os olhos. voar para longe."
Já não há a vontade de galgar o mundo com sofreguidão, como se tivesse que viver tudo depressa, tudo hoje. Dessa época, ficaram apenas momentos soltos em que ainda dá essa vontade. Quando sinto, de vez em quando, que ainda está tanto ou tudo por fazer e sentir essa pressa, essa urgência de viver.


Depois abrando outra vez... chegam outra vez as horas mornas. Quando ouço cá por dentro, no fundo onde faz eco: Tem calma Raquel... ainda é tempo.

Deve ser isto a que chamam envelhecer. Se for, não é assim tão mau...